Companheiros e seguidores

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A VIDA DE POBRE NA CIDADE GRANDE


Quero mostrar nestes versos
A vida de um lutador
Que em busca de progresso
Se tornou um sofredor
Vindo morar na cidade
Largando o interior

A vida aqui na cidade
É sempre uma correria
Todo mundo se matando
Vivendo sem alegria
E assim eu vou levando
A vida que eu não queria

Todo dia logo cedo
Começa a confusão
Pois tenho que enfrentar
Um monte de condução
Brigando por uma vaga
No meio da lotação

Em meio ao empurra-empurra
Estão todos sozinhos
Cada pessoa em seu mundo
Escutando seu sonzinho
Ignora todo mundo
Mesmo estando coladinho

Ao passar por tanta gente
Me sinto meio intrigado
E fico me perguntando
Como eles foram criados
Porque pelo que vejo
Não há nenhum educado

A correria da cidade
Está seu povo matando
Porque não importa a hora
Em que estou viajando
Aonde quer que eu olhe
Vejo gente cochilando

Quem é pobre mora longe
E leva bem mais pancada
Pois pra chegar ao trabalho
Acorda de madrugada
Poe um pão em um saquinho
E vai comendo na estrada

O dia é sempre corrido
Sem tempo pra conversar
Meio dia é um lanchinho
Pois não dá tempo almoçar
E como a noite é estudo
Também não pode jantar

Chegar em casa é vitória
Em fim já pode rangar
Colocar algo no buxo
Pra depois ir descansar
É uma pena ser tão tarde
Já vou ter que levantar

E assim eu vou passando
Na esperança de melhora
Pois se for pra ser assim
Eu prefiro ir embora
E viver no meio da roça
Como vivi outra hora

Eu vivo aqui na cidade
Mas eu nunca me esqueci
Da minha vida lá na roça
Na cidade em que nasci
Podendo brincar com terra
Muito feliz eu cresci

Gostaria que este povo
Pudesse ter o prazer
De passar uma semana
Na região de Irecê
E fazer alguns amigos
Descobrir o que é viver

Por enquanto vou vivendo
Só vendo o tempo passar
Porque eu sei que isto tudo
Tão logo irá acabar
E eu terei o prazer
De tornar ao meu lugar

Licença Creative Commons
O trabalho Vida de Pobre Na Cidade Grande de Léo Alecrim foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Brasil.

11 comentários:

  1. Parabéns meu caro..., gostei muito, prazer em tê-lo como amigo!

    ResponderExcluir
  2. Infelizmente essa é a dura realidade das pessoas como nós querems crescer na vida. Ficou mt bom Léo

    ResponderExcluir
  3. Em cordel tudo parece menos pior... rsrs. Muito bom Léo!!!

    ResponderExcluir
  4. Meu grande Brother Léo..seu lado poeta é admirável..me orgulho por sua amizade..abraço

    ResponderExcluir
  5. Caro amigo Léo,Este seu cordel representa a mais pura realidade de quem deixa o sertão para tentar a vida na cidade grande,pois eu mesmo sou um que deixou o sertão baiano, para tentar a vida em São Paulo,e a vida la é bem assim mesmo; Gostei muito, parabéns brother, grande abraço.

    ResponderExcluir
  6. nozelino batista de oliveira19 de junho de 2011 às 11:26

    essa e a realidade,do pobre nodestino.na cidade grande...mais adorei todos q li parabéns kra.q Deus,te abençoe..sento orgulho,de ser presidutrese,um abraço

    ResponderExcluir
  7. É a 2ª vez que vejo este poema, porque êle é realmente matador, faz aflorar o sentimento intrínseco de cada nordestino, parabéns mais uma vez meu amigo Léo. Grande abraço.

    ResponderExcluir
  8. cara adorei a poesia, nota 10 pra vc......nada mais q a verdade nela...

    ResponderExcluir
  9. Impresionante Léo...
    Agora vc consegui me deixar de boca aberta.

    Parabéns!!!!!!!!!!!

    ResponderExcluir
  10. léo amei a sua poesia... Já li várias vezes e tenho recomendado a todos os meus amigos para que leiam também.
    parabéns!

    ResponderExcluir