Companheiros e seguidores

domingo, 18 de setembro de 2011

Desabafo de um Mendigo


Sente aqui meu companheiro
Precisamos conversar
Há coisas que tu não sabe
Que eu preciso lhe contar
E quem sabe me escutando
Mude a forma de me olhar

Ao me ver pelas calçadas
Você já vai se afastando
Coloca a mão nos teus bolsos
E o celular vai guardando
Pois acho que não me olha
Como mais um ser humano

Se encontrar com um mendigo
Lhe causa preocupação
Porque acha que mendigo
É sinônimo de ladrão
E não deve ser tratado
Como mais um cidadão

Eu não sei se o senhor sabe
Porque que eu vivo na praça
E sou assim todo preto
Sempre sujo de fumaça
Passando diariamente
Por um monte de desgraça

Provavelmente não saiba
Más resolvi lhe contar
Porque que nesta calçada
Eu resolvi me acampar
E viver constantemente
Vendo o senhor me humilhar

Um dia eu já fui criança
Fui um jovem sonhador
Eu nunca quis ser mendigo
Eu também quis ser doutor
E viver sempre limpinho
Como hoje vive o senhor

Eu desejei ter família
E uma casa pra morar
Uma cama confortável
Na hora de descansar
E um terno bem passado
Para poder desfilar

Eu sonhei com uma carreira
Com salário bem legal
Pra poder pagar as contas
De comida e hospital
Para ter boa saúde
E não viver passando mal

Acontece companheiro
Que fui só um sonhador
Pois o meu pai, que deus o tenha
Muito cedo me largou
E este foi o começo
Da vida de um sofredor

Me disseram que a cidade
Seria minha salvação
E que aqui conseguiria
Me tornar um cidadão
E hoje posso dizer
Que foi tudo enganação

Quero que o senhor saiba
Porque que eu durmo no chão
Porque que a minha comida
É colhida num latão
Para que você me trate
Como mais um cidadão

Se hoje eu moro na rua
Me alimento no lixão
De certa forma acredito
Que foi a minha opção
Pois preferi comer lixo
A me tornar um ladrão

Se eu hoje vivo assim
É por não querer roubar
Porque se eu fosse um ladrão
Estava em outro lugar
Talvez tivesse morando
No prédio em que você está

Não quero que me abrace
Ou que pegue na minha mão
Nem que sorria pra mim
Ou me chame de irmão
Só não quero que me olhe
Como um mal a esta nação

Me desculpe ter tomado
O teu tempo precioso
E tanto ter lhe assustado
Com meu olhar perigoso
Pois não era o meu desejo
Parecer tão temeroso

Sou grato por ter parado
Um tempo pra me escutar
Porque sei que pouca gente
Comigo irá conversar
Porque sabem que meu cheiro
Não é fácil suportar

terça-feira, 12 de julho de 2011

O Título Não Vale Nada


Resolvi usar meus versos
Para chamar atenção
Àqueles que ainda confundem
Sabedoria com educação
E não sabem que na escola
Só se ganha formação

Tem gente metido a esperto
Querendo se aparecer
Se achando o sabe tudo
Alguém melhor que você
Só porque tem um diploma
Já diz não lhe conhecer

A aqueles que pensam assim
Eu digo contentemente
Não é a sua formação
Que lhe faz inteligente
E a prova é este matuto
Que se tornou presidente

Digo também aos "doutores"
Sem muita complicação
Deixem de ser orgulhosos
Metidos a sabichão
Porque conheço uns matutos
Com bem mais educação

Tem gente que infelizmente
Nem se quer pode estudar
Más detém inteligência
Que faz doutor se invejar
Porque aprende sozinho
Sem mestres pra lhe ensinar

Use este teu diploma
Para ajudar quem não tem
E jamais trate um matuto
Como se fosse um ninguém
Porque no terreno dele
Ele é um doutor também

sábado, 2 de julho de 2011

Meu Anjo.


Valeu muito esperar
E quero lhe agradecer
Se hoje estou feliz
Devo tudo a você
Com quem pretendo ficar
Enquanto puder viver



Este dia que passamos
Foi um dia especial
Porque eu tinha ao meu lado
Uma mulher sem igual
Que além de ser bonita
É uma moça genial.


Estar contigo estes dias
Foi pra mim, maravilhoso
Porque a tua companhia
Me deixa muito orgulhoso
Porque estando ao teu lado
Me sinto vitorioso

Se lhe desejar for pecado
Sou o maior pecador
Pois penso sempre em você
Aonde quer que eu vou
E não vivo um segundo
Sem desejar teu amor

terça-feira, 28 de junho de 2011

A Vida De Jesus de Nazaré

Foi através de um milagre
Que houve a concepção
Pois pra sua gravidez
Não houve uma relação
E dela nasceu o homem
Que mudou esta nação

Ele nasceu em Belém
Já com muito sofrimento
Porque ainda bebê
Começou o seu tormento
E sua primeira fuga
Foi montado em um jumento

Temendo o seu poder
Herodes mandou caçar
Deu a ordem a seus soldados
Para tudo vasculhar
E encontrando bebês
Todos deveriam matar

Para evitar sua morte
De um jeito esquisito
O menino foi levado
Para ficar no Egito
Até a morte de Herodes
Aquele rei maldito

Assim que Herodes morreu
Com ele ainda pequeno
Foi levado à Galiléia
O seu mais novo terreno
Pra viver em Nazaré
E ser mais um Nazareno


Escreverei aqui um pouco do que foi a vida de Jesus, como requer um pouco de estudo, vou colocando um pouco a cada dia.
Acompanhe comigo esta bela história.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A VIDA DE POBRE NA CIDADE GRANDE


Quero mostrar nestes versos
A vida de um lutador
Que em busca de progresso
Se tornou um sofredor
Vindo morar na cidade
Largando o interior

A vida aqui na cidade
É sempre uma correria
Todo mundo se matando
Vivendo sem alegria
E assim eu vou levando
A vida que eu não queria

Todo dia logo cedo
Começa a confusão
Pois tenho que enfrentar
Um monte de condução
Brigando por uma vaga
No meio da lotação

Em meio ao empurra-empurra
Estão todos sozinhos
Cada pessoa em seu mundo
Escutando seu sonzinho
Ignora todo mundo
Mesmo estando coladinho

Ao passar por tanta gente
Me sinto meio intrigado
E fico me perguntando
Como eles foram criados
Porque pelo que vejo
Não há nenhum educado

A correria da cidade
Está seu povo matando
Porque não importa a hora
Em que estou viajando
Aonde quer que eu olhe
Vejo gente cochilando

Quem é pobre mora longe
E leva bem mais pancada
Pois pra chegar ao trabalho
Acorda de madrugada
Poe um pão em um saquinho
E vai comendo na estrada

O dia é sempre corrido
Sem tempo pra conversar
Meio dia é um lanchinho
Pois não dá tempo almoçar
E como a noite é estudo
Também não pode jantar

Chegar em casa é vitória
Em fim já pode rangar
Colocar algo no buxo
Pra depois ir descansar
É uma pena ser tão tarde
Já vou ter que levantar

E assim eu vou passando
Na esperança de melhora
Pois se for pra ser assim
Eu prefiro ir embora
E viver no meio da roça
Como vivi outra hora

Eu vivo aqui na cidade
Mas eu nunca me esqueci
Da minha vida lá na roça
Na cidade em que nasci
Podendo brincar com terra
Muito feliz eu cresci

Gostaria que este povo
Pudesse ter o prazer
De passar uma semana
Na região de Irecê
E fazer alguns amigos
Descobrir o que é viver

Por enquanto vou vivendo
Só vendo o tempo passar
Porque eu sei que isto tudo
Tão logo irá acabar
E eu terei o prazer
De tornar ao meu lugar

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